Sim, você leu certo. Em pleno século XXI, com tanta tecnologia à disposição, quem reina soberano na purificação da água é um velho conhecido dos lares brasileiros: o bom e velho filtro de barro. E não é exagero! Segundo estudos científicos e avaliações técnicas, ele remove mais de 90% das impurezas da água — e isso inclui cloro, pesticidas, metais pesados como chumbo e alumínio, e até parasitas como a temida criptosporidiose.

O segredo está na vela (e na paciência)

Enquanto muitos filtros modernos usam pressão para empurrar a água rapidamente, o filtro de barro trabalha com a calma de um sábio. A água desce lentamente pelas velas de cerâmica, que funcionam como barreiras naturais, retendo até os microrganismos mais teimosos. O resultado? Uma água limpa, segura e… fresquinha!

Aliás, essa é outra vantagem: por causa da cerâmica porosa, o filtro consegue baixar a temperatura da água em até 5°C — algo perfeito para quem vive nos calorões do Brasil. Não é à toa que muitos dizem que água de filtro de barro tem gosto de infância.

Uma invenção centenária (e ainda imbatível!)

A história do filtro de barro no Brasil começa lá atrás, por volta de 1910, quando imigrantes italianos e portugueses trouxeram a técnica. Mas foi na cidade de Jaboticabal (SP), entre 1926 e 1928, que nasceu o famoso filtro São João, da Cerâmica Lamparelli. Décadas depois, a Cerâmica Stéfani assumiu a missão e se tornou a maior fabricante de filtros de barro do mundo!

Mesmo com a chegada dos purificadores high-tech, cheios de LED, botão digital e promessa de Wi-Fi (só falta isso), o filtro de barro segue firme. Em muitas casas — principalmente nas regiões onde a qualidade da água é duvidosa — ele ainda é a principal barreira entre as impurezas e a nossa saúde.

Baixo custo, longa vida

Outro charme do filtro de barro é o custo-benefício. Ele não precisa de energia, não tem peças eletrônicas, e a manutenção é super simples: basta trocar a vela a cada 6 meses (ou conforme o uso) e limpar com uma escova macia e água, sem sabão ou produtos químicos que possam danificar a cerâmica.

Ah, e tem mais: nada de gerar lixo eletrônico, nem contribuir para a pilha de descartáveis que entopem o planeta. Em tempos de crise climática, é quase um ato de rebeldia ecológica usar um filtro de barro!

Reconhecimento internacional

Se ainda resta alguma dúvida sobre sua eficiência, saiba que o filtro de barro brasileiro foi avaliado no respeitado livro “The Drinking Water Book”, do escritor e pesquisador norte-americano Colin Ingram, que possui mais de 40 anos de experiência com água potável. O veredito? O filtro de barro do Brasil é um dos mais eficazes do planeta.

Sabia que alguns filtros de barro chegam a durar mais de 10 anos com os devidos cuidados? E que ele também pode ser usado com carvão ativado e prata coloidal, o que aumenta ainda mais seu poder de purificação? Pois é. Simples por fora, mas uma verdadeira tecnologia ancestral por dentro.

Beba água!