Deputado goiano apresenta projeto de lei para evitar uniforme vermelho na CBF após boato sobre mudança
O deputado federal Daniel Agrobom (PL) quer "blindar" mudanças na camiseta da seleção

Após o site especializado Footy Headlines cravar que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve estrear um segundo uniforme vermelho, com lançamento previsto para março do ano que vem, o deputado federal bolsonarista Daniel Agrobom (PL-GO) resolveu agir em nome da tradição. O resultado? Um projeto de lei da Câmara dos Deputados, que propõe nada menos que a padronização, por lei, das cores da Seleção. A CBF, entretanto, negou a mudança.
Pelo texto, qualquer uniforme usado pela Seleção em competições oficiais, incluindo as categorias de base, feminina, paralímpica e amadora, deverá obrigatoriamente respeitar as cores da Bandeira do Brasil: verde, amarelo, azul e branco. O projeto ainda abre uma brecha para o uso de uniformes alternativos, desde que sejam comemorativos ou beneficentes, e com aval do Ministério do Esporte, do Itamaraty e, veja só, até do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
A proposta vem na esteira da comoção causada pela possibilidade de o Brasil entrar em campo com um uniforme vermelho, cor ausente do imaginário futebolístico nacional, mas onipresente em outras rivalidades ideológicas do país. A combinação da coloração avermelhada, inusitada na seleção canarinha, foi suficiente para acender o alerta no Congresso.
Em justificativa anexa ao projeto, Agrobom argumenta que a “amarelinha” é um dos maiores símbolos da identidade cultural brasileira e que o uso recorrente de cores “destoantes”, como preto ou cinza, descaracteriza o sentimento coletivo e afasta o torcedor de suas raízes. Agora, com o vermelho no radar, a reação no legislativo foi célere.
Mas a CBF tratou de baixar a fervura. Em nota oficial, disponível nas redes sociais, a CBF negou que tenha lançado qualquer nova camisa até o momento e reforçou que nem ela nem a Nike divulgaram oficialmente a nova linha. Garantiu ainda que o estatuto da entidade preserva as cores tradicionais: amarelo e azul seguirão como protagonistas. Em outras palavras: se alguém ousar tingir a seleção de vermelho, isso ainda está só na imaginação dos designers.
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