Leonardo Steiner - O cardeal da Amazônia que pode ser Papa

Você já imaginou o novo papa vindo da floresta amazônica? Parece improvável, mas é absolutamente real. Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, está entre os nomes cogitados para suceder o papa Francisco. E o que mais chama atenção nessa possibilidade é o símbolo que isso representa: um papa vindo das “periferias” do mundo, com os pés no barro da floresta e o coração voltado para os mais humildes.
A indicação de Steiner, revelada pela agência Reuters, coloca um brasileiro no centro da atenção mundial — mas não qualquer brasileiro: o primeiro cardeal da história da Amazônia.
O cardeal da floresta que ganhou os olhos do Vaticano
Dom Leonardo foi nomeado cardeal pelo papa Francisco em 2022, algo inédito na história da região amazônica. Na época, ele disse com emoção que a Amazônia finalmente havia deixado de ser esquecida. Esse gesto do papa mostrou que os olhos da Igreja estão se voltando para onde há vida pulsante, diversidade e, ao mesmo tempo, abandono e sofrimento.
Mais do que um símbolo geográfico, Steiner representa uma mudança de mentalidade dentro da Igreja: uma fé que olha para as margens, que busca justiça ecológica e que se aproxima dos povos indígenas, dos ribeirinhos e de todos que habitam o “pulmão do mundo”.
Um papa com coração franciscano
Leonardo Steiner é franciscano — assim como o espírito que inspira o próprio papa Francisco. Ele professou seus votos religiosos em 1976 e foi ordenado sacerdote em 1978. Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, Steiner carrega uma visão humanista e espiritual profundamente ligada à simplicidade, à natureza e à dignidade humana.
Essa formação faz dele um possível papa com uma agenda voltada à preservação ambiental, à inclusão e ao combate à pobreza — tudo isso com base em uma fé viva e atuante.
A Igreja que floresce nas margens
Em suas falas, Steiner costuma destacar o papel da Igreja em regiões esquecidas. Para ele, a fé é mais forte justamente onde há dor, abandono e esperança. É por isso que ele se orgulha tanto de ajudar a construir uma Igreja missionária e presente no coração da Amazônia.
Caso se torne papa, essa visão poderá se expandir para o mundo todo: uma Igreja voltada não apenas para grandes templos, mas também para as florestas, as comunidades ribeirinhas, os acampamentos, os cortiços e as favelas. Uma Igreja que escuta e caminha com os últimos.
O Brasil pode surpreender o mundo
Vale lembrar que outro brasileiro também está entre os cotados para o Conclave: o cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador. Mas enquanto ele representa uma trajetória mais tradicional, Steiner surge como um nome que pode simbolizar ruptura e renovação.
A Amazônia, historicamente vista como uma periferia do mundo, pode se tornar o novo centro da fé católica. Já imaginou um papa que fala português, conhece os desafios da floresta e defende o equilíbrio ecológico como missão espiritual?
Curiosidades que tornam essa história ainda mais fascinante
Steiner foi nomeado bispo por João Paulo II e atuou como secretário-geral da CNBB por dois mandatos.
Ele é bacharel em Filosofia e Pedagogia, além de doutor em Filosofia por uma universidade em Roma.
Sua atuação em Manaus durante a pandemia foi marcada pela solidariedade e articulação com organizações humanitárias.
O cardeal defende a inclusão, a escuta aos povos indígenas e a construção de uma Igreja acolhedora e plural.
Um novo tempo pode estar surgindo no Vaticano
Se Dom Leonardo Steiner for escolhido como papa, o mundo poderá assistir a uma transformação profunda na forma como a Igreja Católica se posiciona no cenário global. Mais verde, mais próxima dos pobres, mais aberta à diversidade — e com um sotaque brasileiro vindo do meio da floresta.
Se isso acontecer, o mundo não verá apenas um novo papa. Verá uma nova esperança.
COMENTÁRIOS