Nasce cada vez menos gente no Brasil - O que está acontecendo?

Você já parou pra pensar que talvez seus filhos — ou netos (caso você tenha) — vivam em um Brasil com menos brasileiros? Pois é. Em 2023, o país registrou o menor número de nascimentos desde 1976. Foram 2,5 milhões de bebês nascidos — quase o mesmo número de quase 50 anos atrás. E o dado mais curioso? Esse número vem caindo pelo quinto ano consecutivo.
Mas não se trata apenas de um “efeito pandemia”. A tendência é mundial e tem a ver com vários fatores, como estilo de vida, escolha pessoal, carreira e até custo de vida. No Brasil, esse fenômeno começa a ganhar força principalmente entre as mulheres mais jovens.
Mulheres estão adiando a maternidade
Um dado que chama atenção: em 2003, apenas 23,9% das mães tinham mais de 30 anos. Em 2023, esse número saltou para 39%! Ou seja, cada vez mais mulheres estão optando por ter filhos mais tarde — o que, naturalmente, reduz o número total de filhos ao longo da vida fértil.
Enquanto isso, o número de mães adolescentes caiu quase pela metade nas últimas duas décadas. Hoje, apenas 11,8% dos nascimentos são de mães com até 19 anos — e, ainda assim, com forte concentração no Norte do país.
O Brasil vai encolher?
Segundo o IBGE, a população brasileira vai começar a diminuir a partir de 2042. Isso mesmo: vamos atingir o pico populacional em 2041 (com 220 milhões de pessoas), e depois disso, começaremos a encolher, até chegar a cerca de 199 milhões em 2070.
E não é só isso: com menos nascimentos e o aumento da longevidade, teremos um país cada vez mais envelhecido. É o famoso “inverno demográfico”, que já chegou em países como Japão e Itália.
Centro-Oeste na contramão
Enquanto quase todo o Brasil vê menos nascimentos, a região Centro-Oeste vai na contramão. Por lá, os nascimentos cresceram 1,1% em 2023, com destaque para Goiás e Tocantins. Além disso, foi a única região que teve aumento no número de casamentos.
Por que isso acontece? Especialistas apontam fatores como crescimento urbano, oportunidades econômicas e qualidade de vida como motivadores. Goiás, por exemplo, tem atraído muitos jovens adultos que estão em fase de constituir família.
Falta estrutura pra nascer!
Outro ponto curioso — e preocupante — é que muitas mulheres não conseguem dar à luz em suas próprias cidades, por falta de estrutura médica. Em cidades como Aparecida de Goiânia (GO) e Belford Roxo (RJ), mais de 70% dos nascimentos ocorrem fora do município da mãe.
Ou seja, mesmo quando a vontade de ter filhos existe, a estrutura nem sempre colabora.
Já imaginou isso?
👶 A menor taxa de natalidade da história do Brasil foi registrada em 2023.
🗺️ No Distrito Federal, quase metade das mães têm mais de 30 anos.
📉 A queda nos nascimentos também significa menos escolas, menos brinquedos vendidos e, no futuro, menos força de trabalho.
💡 Em alguns países, como a Coreia do Sul, o governo paga para que as pessoas tenham filhos — e mesmo assim, a taxa de natalidade continua baixíssima.
E agora?
A queda na taxa de natalidade pode parecer estranha ou até preocupante, mas também pode representar um novo modelo de sociedade, onde as escolhas pessoais e a qualidade de vida ganham prioridade. Por outro lado, o desafio de manter uma economia equilibrada com menos jovens é real — e precisa ser debatido agora.
Afinal... já imaginou viver em um Brasil com cada vez menos brasileiros?
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