Mulher Abacaxi sofre tentativa de assalto em São Paulo: “Que desespero!”

Após ser barrada em uma boate por ser uma mulher trans, na madrugada da última quinta-feira (11/9), em São Paulo, Marcela Porto, conhecida como Mulher Abacaxi, passou por mais um susto na capital paulista. Na madrugada deste sábado (13/9), a caminho da rodoviária para viajar ao Rio de Janeiro, ela sofreu uma tentativa de assalto.
Rainha da escola de samba carioca “Em Cima da Hora” e também da bateria da “Chatuba de Mesquita”, Marcela estava de carona no carro de uma amiga quando um bandido aproveitou a parada em um semáforo para agir. O criminoso usou um soco inglês para quebrar o vidro do veículo e roubar o celular da influenciadora.
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“Achei que fosse tiro, bala perdida, igual acontece no Rio. Foi um susto grande. O pior que sofri transfobia e fui vítima de assalto na mesma semana. Vou em mãe de santo amanhã. Ainda quero ir à igreja e à missa. Alguém deve ter jogado olho grande em mim. As coisas estão difíceis em São Paulo. Infelizmente, é tão violenta quanto o Rio, que tanto amo”, diz ela ao portal LeoDias.
Nas redes sociais, Mulher Abacaxi relatou o desespero que passou: “Gente, estou tremendo, com a mão cortada aqui. Eu, indo para a rodoviária, olha o que aconteceu: quebraram o vidro do carro da minha amiga. Estou tremendo, com a mão cortada. Parei agora no posto de gasolina. Quebraram o carro todinho para roubar meu celular”.
Apesar da violência, o assaltante não conseguiu levar o aparelho. “O que aconteceu? Deus é tão maravilhoso! Estou desesperada! Quando vou pegar meu outro telefone para bloquear, porque tenho outro telefone, ele estava caído aqui. Ele não conseguiu levar. Estou cortada, o carro está todo cheio de caco de vidro. Que desespero!”, desabafou.
Denúncia contra boate
Antes do assalto, Marcela havia denunciado ter sido barrada na boate Casarão, na Rua Augusta, em São Paulo. Ela registrou um boletim de ocorrência alegando que o estabelecimento não permitiu sua entrada por ser mulher trans. Na ocasião, Marcela estava acompanhada de amigos héteros, uma amiga cis, Gabriela, e uma amiga trans, Iza Maria. Apenas ela e Iza foram impedidas de entrar.
“Estou aqui em São Paulo. Vim fazer uns trabalhos aqui. Fui beber com meus amigos, fazendo festa, chamaram para o Casarão, nem sei que Casarão é esse. Chegando aqui não pude entrar por ser trans”, declarou. “Todo mundo entrando e a Marcela não entrou”, completou uma amiga.
A influenciadora relatou ainda que ficou cerca de uma hora tentando entrar: “Estou aqui há quase uma hora e não deixaram eu entrar nessa boate, aqui nessa balada aqui (ela mostra a fachada). Não deixaram eu e minha amiga entrar por sermos trans. Em pleno 2025. O recepcionista, muito gente boa, pessoa maravilhosa disse: ‘A culpa não é minha’. Eu sei que a culpa é do gerente ou dono, não sei. Mas isso não vai ficar assim, porque eu posso entrar onde eu quiser”.
A reportagem do portal LeoDias entrou em contato com o Casarão, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto.
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