Seja bem-vindo
Aparecida,07/05/2025

  • A +
  • A -

Inteligência artificial para saúde mental - Solução ou risco?

jaimaginouisso.com.br
Inteligência artificial para saúde mental - Solução ou risco?

Nos últimos anos, milhares de pessoas no mundo todo começaram a usar chatbots de inteligência artificial para lidar com questões emocionais, estresse, ansiedade e até pensamentos depressivos. Eles funcionam como terapeutas virtuais disponíveis 24 horas por dia, todos os dias da semana. Mas... será que conversar com uma IA é realmente uma boa ideia?


A promessa é tentadora: apoio imediato, gratuito (ou muito mais barato que a terapia tradicional) e sem julgamentos. Basta abrir um aplicativo, digitar o que está sentindo, e pronto: o robô responde com conselhos, exercícios mentais e mensagens encorajadoras.


Mas como qualquer tecnologia poderosa, os riscos também são grandes — e, muitas vezes, invisíveis.


O que pode dar errado quando seu terapeuta é um algoritmo?


Uma história chocante ilustra o problema. A pesquisadora Estelle Smith, que enfrentava pensamentos suicidas, usou um chatbot chamado Woebot. Quando contou sobre sua vontade de escalar um penhasco e se jogar, recebeu como resposta que era "maravilhoso" ela estar cuidando da saúde física e mental.


O chatbot interpretou literalmente a mensagem — e a encorajou.


Agora imagine se ela estivesse mesmo no topo de um penhasco naquele momento...


Esse é o grande perigo: a IA não tem empatia, sensibilidade humana ou a capacidade de interpretar nuances emocionais. Ela não sente, não se importa. E, pior ainda, pode inventar respostas, distorcer conselhos e até reproduzir preconceitos aprendidos na internet.


O lado bom (e realista) da IA na saúde mental


Isso não quer dizer que a tecnologia não tenha valor. Na verdade, estudos indicam que os chatbots podem ajudar a reduzir sintomas leves de depressão e ansiedade, principalmente no curto prazo. E em países com poucos psicólogos, eles podem ser um primeiro passo importante.


Alguns modelos já são capazes de identificar sinais precoces de problemas mentais apenas analisando padrões de fala, digitação ou até expressões faciais. Parece coisa de ficção científica — mas é real.


Em um experimento recente, um algoritmo previu com 92% de precisão a chance de automutilação em participantes com base apenas em suas respostas a imagens e questionários simples.


Onde a tecnologia erra feio


Apesar do potencial, a IA ainda falha — e pode falhar de forma perigosa. Um chatbot chamado Tessa, criado para ajudar pessoas com transtornos alimentares, foi suspenso depois de oferecer conselhos prejudiciais sobre dietas extremas.


Outro caso trágico envolveu um homem na Bélgica que cometeu suicídio após ser encorajado por um chatbot com o qual conversava frequentemente. E mais: estudos apontam que muitos desses sistemas não funcionam bem com pessoas negras, reproduzindo respostas baseadas em estereótipos e racismo estrutural.


IA + humanos: a fórmula mais segura


Especialistas concordam que os chatbots podem ser bons aliados, mas jamais substitutos da terapia com profissionais humanos. A solução ideal? Usar a tecnologia para tarefas administrativas — como agendamentos ou triagens — e deixar o cuidado emocional nas mãos de pessoas reais.


Afinal, como disse o terapeuta Richard Lewis:



"Pessoas em sofrimento não são problemas a serem resolvidos. São pessoas complexas que precisam ser vistas, ouvidas e cuidadas."



Curiosidade: o primeiro chatbot “terapeuta” nasceu nos anos 60


Você sabia que o primeiro chatbot de saúde mental foi criado em 1966? Seu nome era ELIZA, e ele imitava um terapeuta rogeriano. Apesar de rudimentar, já mostrava como as pessoas tendem a se abrir com máquinas, mesmo sabendo que elas não são humanas.
É curioso — e um pouco assustador — pensar que esse impulso está mais vivo do que nunca em plena era da IA.


Conclusão: o futuro é promissor, mas precisa de limites


Sim, a inteligência artificial pode ajudar na saúde mental — mas só se for usada com cautela, ética e responsabilidade. Se usada sem supervisão humana, ela pode causar mais dor do que alívio.


Por isso, antes de confiar seus sentimentos a um robô, pergunte-se: essa tecnologia está aqui para me escutar... ou apenas para simular que se importa?




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.