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Aparecida,25/12/2025

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Enquanto o povo briga, o Congresso mantém seus privilégios

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Enquanto o povo briga, o Congresso mantém seus privilégios

Enquanto as redes fervem, algo passa despercebido


Enquanto timelines se enchem de brigas políticas, discussões acaloradas e disputas por narrativas, outra cena acontece longe dos holofotes. Sem lives, sem hashtags e sem grandes confrontos públicos, o Congresso Nacional tem demonstrado uma habilidade impressionante de união quando o assunto é preservar seus próprios interesses.


A polarização, que domina o debate público, acaba funcionando como uma cortina de fumaça. Enquanto cidadãos se atacam por posições ideológicas, decisões profundas, estruturais e duras para a sociedade seguem sendo votadas com surpreendente consenso entre parlamentares.



Quando o assunto é benefício próprio, a polarização simplesmente desaparece.



A polarização, que domina o debate público, acaba funcionando como uma cortina de fumaça
A polarização, que domina o debate público, acaba funcionando como uma cortina de fumaça


 


🏛️ União silenciosa para proteger privilégios


Nos bastidores, o Congresso tem aprovado uma série de medidas que, na prática, ampliam vantagens para a classe política e impõem sacrifícios diretos à população. Muitas dessas decisões passam quase despercebidas do grande público, justamente porque não ganham o mesmo destaque que as polêmicas das redes sociais.


Entre elas está o aumento expressivo do fundo eleitoral, que saltou de cerca de R$ 1 bilhão para R$ 4,9 bilhões. Ao mesmo tempo, o reajuste do salário mínimo aprovado foi de apenas R$ 103, valor que mal acompanha a inflação e o custo real de vida no país.


Essa diferença de prioridades ajuda a entender por que tantas decisões parecem desconectadas da realidade da maioria dos brasileiros.


Nos bastidores, o Congresso tem aprovado uma série de medidas que ampliam vantagens para a classe política
Nos bastidores, o Congresso tem aprovado uma série de medidas que ampliam vantagens para a classe política


 


📉 Cortes sociais e ataque à educação


Enquanto recursos crescem para partidos e campanhas, áreas sensíveis enfrentam cortes significativos. O orçamento das universidades federais, por exemplo, sofreu uma redução de cerca de R$ 500 milhões para 2026, comprometendo pesquisa, ensino e permanência estudantil.


Programas sociais também entraram na conta. Iniciativas como Farmácia Popular, Auxílio Gás e Pé-de-Meia tiveram seus recursos reduzidos, justamente para viabilizar um volume recorde de emendas parlamentares, que pode chegar a R$ 61 bilhões.


Essas escolhas revelam um padrão: quando é preciso cortar, o corte quase nunca atinge o topo.


🛡️ Blindagem política e expansão do poder


Além dos recursos financeiros, o Congresso avançou em medidas de autoproteção institucional. Uma das mais simbólicas é a chamada PEC da Blindagem, que dificulta responsabilizações e amplia proteções aos próprios parlamentares.


Outro ponto que chama atenção é o projeto que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. Mais cadeiras significam mais gastos públicos, mais estruturas e mais influência política, em um país que já enfrenta sérias dificuldades fiscais.


Também foi aprovada uma verba extra de R$ 160 milhões para partidos políticos em 2026, reforçando ainda mais a distância entre o discurso público e as decisões práticas.



Enquanto a sociedade se divide, o poder se concentra.



Além dos recursos financeiros, o Congresso avançou em medidas de autoproteção institucional.
Além dos recursos financeiros, o Congresso avançou em medidas de autoproteção institucional


 


🔍 O preço da distração coletiva


Nada disso acontece por acaso. O ambiente de conflito constante nas redes sociais cria um ruído que enfraquece o acompanhamento crítico das decisões políticas reais. Quando todos estão ocupados defendendo lados, sobra pouco espaço para observar o que está sendo aprovado, votado e negociado.


A democracia não se fragiliza apenas por ataques diretos, mas também pela desatenção. E, nesse cenário, quem perde não é um grupo político específico, mas o cidadão comum, que sente os efeitos dessas escolhas no orçamento, nos serviços públicos e na qualidade de vida.


Talvez a pergunta mais importante não seja quem vence o debate nas redes, mas quem ganha quando quase ninguém está olhando.




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